
Quer um bom motivo para ir a uma feira-livre? Pastel de queijo com caldo de cana, simples assim. Pois é, além das compras óbvias como verduras, legumes, hortaliças, frutas, temperos, raízes e, principalmente aqui no Rio, peixes e frutos do mar, “fazer a feira”, como dizemos por aqui, também pode ser uma atividade lúdica, gostosa e render interessantes fotografias.
A origem do consumo do caldo de cana remonta ao período colonial, no século XVI, quando os escravos das usinas de açúcar raspavam a bebida que sobrava nos tachos que preparavam rapadura, vejam vocês. O hábito pegou, cresceu e perdura até hoje.
Já o pastel teria aparecido em São Paulo, por volta da década de 30. No entanto, duas versões discutem seus primórdios:
– Segundo Marcelo Angele e Sandro Dias, professores de história da gastronomia no Senac, o pastel deriva dos ‘rolinhos-primavera’ da culinária chinesa e dos ‘guiozas’ da culinária japonesa. Os pastéis brasileiros foram inventados por imigrantes chineses no Estado de São Paulo por volta de 1890, que adaptaram as duas receitas. Os japoneses, durante a Segunda Guerra Mundial, difundiram o prato, abrindo pastelarias no intuito de se passarem por chineses para se livrarem da discriminação que havia na época em razão da guerra.
– Já o professor Ricardo Maranhão, coordenador do Centro de Pesquisas em Gastronomia Brasileira da Universidade Anhembi Morumbi, o pastel é originário da Europa, onde haviam várias receitas de massas ou pães recheadas e levadas ao forno ou cozidas, denominadas pastéis. Mais especificamente, ele crê que o prato tem suas raízes em Portugal, onde há registro de uma receita de camarão envolto em massa crocante e frita, datada de 1680.
Não importa. Japonês, chines, brasileiro ou português, a combinação caldo de cana & pastel é deliciosa, alimenta, faz bem para o corpo e, porque não, para a alma. Sem dúvida alguma, uma tradição saborosa e um fecho de ouro para uma feira bem feita.
Recomendadíssimo!

Terminei de ler seu texto salivando rsrs
Carlos, aqui em Sampa, apesar de cada vez mais raro, ainda temos feira. No meu bairro, todo domingo é dia de feira e de comer pastel. Já comi muitos em minha infância acompanhado de caldo de cana. Hoje infelizmente, essa combinação não dá mais liga em meu aparelho digestório. Mas o pastel é de lei! Aliás, ontem comi um de palmito com muita pimenta. Humm!!!
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Palmito e pimenta? Esse não conheço, deve ser muito legal! 😉
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Bom demais, sim!
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Pastel é comigo mesmo! 🙂
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Estou aqui passeando pela blogosfera comendo pastel de carne, mas com café 🙂
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Pastel com café também é tudo de bom!
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Olha lendo esta discussão sobre história me deixou perplexo, afinal quem já não ouviu dizer também que diferente do que ensinam no Brasil sobre a feijoada ser coisa de escravos, já vi em debates que ela foi uma adaptação dos portugueses também. vide – http://pt.wikipedia.org/wiki/Feijoada
Quanto ao pastel e cando de cana no meu paladar nenhum superou o da pastelaria que ficava quase na esquina da Senador Dantas com Evaristo da Veiga no centro. Inclusive o caldo de cana descia em cascata para alegria do visual. 😉
Tempos depois (décadas) em Itacoatiara, Niterói apareceu o Rei do Pastel com um pastel enorme de tudo quanto era sabor, mas o carro chefe era banana com queijo. Conheceu estes Carlos?
Abraços! 😉
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A pastelaria da Senador Dantas eu conheci, até mesmo porque trabalhei durante dez anos na Almirante Barroso, ali pertinho. Já a de Itacoatiara não. Mas pastel de banana com queijo é tudo de bom, fica meio doce, uma delícia mesmo. Abraços.
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